Você é apaixonado por música e está cansado de ouvir suas músicas preferidas do Spotify pelo sonzinho fraquinho do PC ou do seu celular? Seria ótimo poder ligar esse computador ou celular no som da sua casa, não é mesmo? Se você está pensando em aumentar a potência do som do seu desktop, notebook ou celular, conectando ele ao seu sistema de som doméstico; vou mostrar 3 coisas que você precisa fazer para isso acontecer ainda hoje. Confira…
#01 – Você Precisa de um Cabo P2 – RCA
Vamos direto ao ponto. Por padrão, os computadores possuem uma saída para fones de ouvido. Normalmente, você vai ver um pequeno furinho próximo às portas USB do seu notebook, esse furinho é uma fêmea P2.
Nos celulares, você também vai ver um furinho, mas nesse caso a fêmea é chamada de P3. Se o seu celular não possui qualquer entrada para fones de ouvido, provavelmente, você vai precisar de um adaptador USB-C – P3 que é vendido como acessório para os novos celulares.
Contudo, o seu aparelho de som ou qualquer outro amplificador, normalmente usa conectores no padrão RCA. Esses conectores são coloridos, sendo um vermelho e o outro branco. O conector vermelho representa o canal estéreo direito (R), enquanto que o branco representa o canal estéreo esquerdo (L).
Então, como você já pode perceber, temos aqui uma incompatibilidade de conectores.
E agora?
Hum… Elementar meu caro Watson! Existe um cabo adaptador que resolve esse probleminha.
Sim, existe um cabo adaptador que custa R$ 20,00 e possui um conector macho P2 em uma ponta e duas fêmeas RCA na outra extremidade. Ainda uso bastante aqui no Home Studio um plug adaptador P2 para RCA, banhado a ouro (ao menos deveria ser). O importante é que, só com esse pequeno cabinho, você já faz um estrago!
Você vai encontrar esse tipo de cabo a partir de uma infinidade de fabricantes; uns com mais qualidade, que podem ser considerados confiáveis, e outros com menos qualidade material, que apesar de não representar uma perda na qualidade do áudio, podem vir a falhar após algumas sessões de uso. Um cabo mais robusto, dura muito mais. Enquanto que os cabinhos baratinhos, quebram os seus fios com facilidade.
Também existe um tipo de adaptador, sem qualquer cabo, onde você encontra uma ponta P2 e dois conectores RCA em um pequeno corpo plástico.
Outra opção, bastante interessante, é você mesmo confeccionar o seu próprio cabo adaptador. Dependendo da sua experiência com eletrônica, e se você possui algum equipamento de solda, confeccionar o próprio cabo pode ser uma das melhores opções, porque você pode usar o melhor cabo, o melhor conector P2 ou P3, dependendo da sua finalidade de uso, além de trazer bons conectores RCA profissionais para o seu pequeno projeto de cabo adaptador.
Aqui eu faço os meus cabos, e alguns deles já tem mais de 20 anos, sem apresentar qualquer problema.
Eu uso dois conectores RCA – Santo Ângelo, um conector P2 – Santo Ângelo (eu gosto desses conectores) e um cabo blindado como esse da imagem acima. Isso é o que eu recomendo para usar em um Home Studio.
Como eu disse, você pode conectar qualquer dispositivo móvel ao seu aparelho de som. Isso inclui: smartphone, smartTV, tablet, iPod, player de MP3 ou qualquer outro dispositivo que possua uma saída de áudio no formato compatível. Os dispositivos móveis, normalmente, possuem uma saída de áudio P3, porque essa possui mais uma trilha de conexão que é usada para o sinal do microfone.
#02 – Cuidados ao Usar o Cabo P2 – RCA
Agora que conhecemos o cabinho poderoso de R$ 20,00, vamos dar uma olhada em algumas coisas que você não deve fazer ao ligar esse cabo. Você não quer ver fumacinhas saindo do seu amplificador ou do seu mega system de som, quer?
Eu também não.
Esses cuidados são importantes, porque quando você está trabalhando com uma conexão elétrica, mesmo que de baixa voltagem, é bom que você siga algumas práticas para evitar transtornos durante o uso do seu novo cabo adaptador.
O ponto é que a saída de áudio da placa de som do seu computador, sendo eletrônica, possui uma voltagem de saída, juntamente com uma impedância específica.
Todas as características e especificações eletrônicas precisam ser levadas em consideração na hora de ligar essa saída de áudio a qualquer amplificador de estúdio de gravação ou Microsystem.
Por exemplo, a entrada do Microsystem tem um limite de voltagem que precisa ser observado. Eu falo em “cascateamento de áudio” durante o meu Curso de Home Studio Online, mas o fato é que se você colocar o volume da saída de áudio do seu computador em um nível muito forte, pode acabar corrompendo a entrada de auxílio do seu Microsystem, vulgo “som doméstico”.
Uma boa ideia é começar com o volume de som do seu computador ou smartphone no nível zero, depois colocar uns 20% de volume e só depois, ligar o som. Assim, não teremos qualquer surpresa ou qualquer risco de danificar a entrada de áudio do seu equipamento de som.
Se você for confeccionar o seu cabo adaptador, vale a pena verificar a continuidade entre as conexões, em busca de algum vazamento entre uma trilha e outra. Um cabo em curto ou com um semi curto-circuito pode causar ruídos, interferências e prejudicar a sua experiência auditiva. Um bom cabo deve gerar um ruído praticamente inaudível enquanto conectado a um amplificador de áudio, mesmo que através da porta auxiliar do seu Microsystem.
#03 – Microsystems São Para Usuários Finais
Se você pretende utilizar um Microsystem para monitorar as suas produções de áudio no Home Studio, é importante conhecer plenamente o funcionamento da sua entrada de auxílio.
Em alguns casos, principalmente nos Microsystem mais baratos, não existe qualquer processamento de áudio em tempo real.
Isso significa que o áudio que você consegue monitorar pela entrada de auxílio não terá qualquer equalização prévia, produzindo um som flat, ou seja, sem qualquer tendência para frequências graves ou frequências agudas.
Por outro lado, os Microsystem mais caros possuem um processamento ativo da entrada de auxílio. Esses são capazes de aplicar todos os efeitos disponíveis no áudio que está entrando pela entrada de auxílio, tudo isso em tempo real, como se você estivesse ouvindo algo gravado em MP3.
Nesse tipo de equipamento, você precisa tomar bastante cuidado, porque se o seu interesse for usar o seu Microsystem como monitor de referência e ele estiver aplicando uma amplificação de graves, você vai tender a reduzir os graves na sua mixagem para conseguir uma saída mais plana.
Como consequência, a sua mixagem vai soar com deficiência de graves, tudo porque você estava monitorando em um sistema que exagerava nos graves, e que levou você a pensar que a sua gravação estava exagerada, quando na verdade, era apenas um efeito do seu Microsystem sendo um Microsystem.
Sabendo disso, nós produtores de áudio, temos que trabalhar com um som plano, sem qualquer tendência, enquanto que os usuários finais de Microsystem, normalmente, aplicam esses efeitos de EQ para ter mais potência nas batidas do ritmo, principalmente em música eletrônica.
Bônus – Uma Placa de Som Cyborg
Certa vez, eu estava tendo tantos problemas, com conexões de cabos na placa de som, que resolvi soldar o cabo direto no circuito da placa. Meti dois RCAs nas pontas e fui feliz por anos. Claro, era uma desktop que não saia do lugar, e não havia problema algum em ter tantos fios saindo do gabinete.
Hoje, como essa infinidade de interfaces de audio e seus conectores P10 e XLR abundantes, além dos dispositivos USB, ficou muito mais fácil ter conexões fortes e confiáveis em um estúdio de gravação doméstico.
Agora, se o seu interesse é fazer muito com pouco, um cabinho P2 – RCA pode trazer muita diversão para o seu dia.
Um notebook vai ficar muito melhor com um cabinho P2 para RCA. Não acha?
